Ana Beatriz Medeiro Brito
Certa vez, em um grupo, ouvi falar sobre uma mulher que, enquanto se dizia não feminina, cruzava as pernas e movia-se sensualmente, como se esta fosse a maior prova de sua feminilidade.
Enquanto ouvia não emiti nenhum parecer sobre essa colocação, apenas observava e ouvia o desenrolar do comentário, Na hora não me ocorreu nada a não ser que aquilo não fazia muito sentido para mim. No dia seguinte, lembrei-me da situação, refleti por um tempo sobre o assunto e decidi escrever o que só hoje, após revisão, publico.
Desde quando feminilidade significa apenas ser sensual? O que teria por traz desta queixa de não ser feminina? Qual o significado da expressão ”ser feminina” para aquela mulher?
Penso que algumas mulheres ou talvez até alguns terapeutas andam meio perdidos nesses significados. E refleti bastante para saber se minhas conclusões não seriam baseadas nos meus preconceitos e minhas crenças e concluí que não, pois existem valores e verdades que são universais e parece que muita gente anda esquecida deles. Não seria por isso que a sociedade e a família estão à beira da falência?
Em busca do resgate da feminilidade, mulheres exacerbam o apelo à sensualidade e sexualidade. A mulher precisa rever e desmistificar conceitos pessoais, talvez com carga moral e afetiva, mas precisa ter cuidado para não cair na vulgaridade. “A sexualidade não é apenas genitália ou gestual. A educação sexual não deve limitar-se à dimensão biológica, mas sim abordar os aspectos bio-psico-sociais integrados, esclarecendo que a assertividade do aprender a usar o corpo e a dizer sim ou não está muito distante do ser repressivo”, é uma escolha baseada em princípios éticos e morais, também, para que possa viver em paz com sua consciência e dignidade. O ser humano é um ser naturalmente ético, quando sai fora de seus padrões verdadeiramente originais, sente-se perdido e sofre com isso.
Acredito que a busca da mulher atual deve ser, então, a de voltar a olhar para si mesma e resgatar a sua feminilidade, não só no que diz respeito à sexualidade, mas principalmente ao autoconhecimento, à afetividade, à ternura, à parceria e à auto-estima, tornando-se conhecedora da sua capacidade de sedução além de ter consciência sobre os problemas do mundo, sendo participativa e vivendo com alegria, como uma pessoa capaz de escolher o que é melhor para si.
E qual o papel do terapeuta? Ajudá-la na busca de sua auto-descoberta com uma postura ética, levando em consideração os valores e verdades morais universais e não com verdades próprias ou o que julgam ser verdade porque são pregações de uma parte da sociedade que, equivocada ou adoecida, rege-se por princípios e valores invertido.
O terapeuta necessita estar consciente da sua responsabilidade na criação da sociedade. Responsabilidade pessoal do paciente existe, mas será que quando busca terapia ele também não está buscando um “Norte” para sua vida? Quando se estabelece o vínculo, ele acredita em tudo o que o terapeuta diz e faz, sem contar que, com o paciente em estado alterado de consciência, o terapeuta pode passar muita coisa boa ao paciente, mas também muita coisa não tão boa assim.
O terapeuta precisa ser um profissional muito bem preparado, não basta saber aplicar uma técnica, há que se ter muito conhecimento, antes disso, sobre o Ser Humano e sobre o poder de influência que pode exercer sobre as pessoas. Aí reside o perigo dos terapeutas “formados” em cursinhos de fim de semana.
O terapeuta, sendo psicólogo ou não, é responsável pelo uso que faz das técnicas que aprendeu e pelos seus pareceres, assim como o médico é responsável pela medicação que receita, pois também podem causar danos quando aplicadas irresponsavelmente, podem destruir a vida afetiva, familiar, social... do dito paciente, por isso são chamados de pacientes, as vezes eles precisam ser dotados deste recurso para aguentarem seu terapeuta.
Quero deixar aqui registrado que sei de tantos terapeutas bem formados e informados, embora não tenham curso superior na área, quanto de psicólogos e psiquiatras mal formados ou mal intencionados.
Quem procura terapia, em geral, está com poucas ou sem condições de assumir atitudes por si só e, quando escolhe com quem tratar-se, pressupõe-se que, de alguma forma, confia naquele terapeuta e, então, o que ele diz torna-se verdade indubitável para a pessoa, isto é, passa a acreditar em tudo o que o terapeuta diz.
Com isso, muitas vezes terapeutas, em vez de ajudarem seus pacientes a se estruturarem de acordo com o meio em que escolheu viver e de suas verdades, acabam empurrando-os para um estado de confusão maior ainda, pela falta de conhecimento ou percepção distorcida do terapeuta que não fez uma adequada verificação da ecologia interna do paciente e o induziu, através de crenças e valores do “terapeuta”, a algo que não faz parte do seu contexto e isso pode trazer consequências, no mínimo, desagradáveis ao paciente.
Que isto sirva como alerta!
Fazendo a Diferença
Os tempos mudaram, os desafios que surgem hoje são diferentes dos enfrentados até então. Pressão por resultados positivos, exigência crescente de alto padrão de qualidade em atendimento, produtos e serviços, agilidade nas tomadas de decisão, expectativa de vida útil das pessoas aumentando, mudanças nas leis de aposentadoria e principalmente a velocidade da obsolescência da tecnologia e do conhecimento em todas as áreas, são alguns dos desafios encontrados nos dias atuais, entre outros...
A maneira mais eficaz de preparar-se para essa nova realidade é administrar as características pessoais, reavaliar conceitos e conscientizar-se de suas necessidades, desenvolvendo virtudes e competências individuais para lidar com o todo...
A empresa que perceber e souber aproveitar-se destas circunstâncias, oferecendo aos seus colaboradores a oportunidade de auto-desenvolvimento, fará a grande diferença no mercado, assim como o profissional empenhado em desenvolver seu potencial pessoal, pois tecnologia e conhecimento estão à disposição de todos. O que realmente faz a diferença é a atitude das pessoas diante das diversas situações do dia-a-dia, a qualificação pessoal.
A maneira mais eficaz de preparar-se para essa nova realidade é administrar as características pessoais, reavaliar conceitos e conscientizar-se de suas necessidades, desenvolvendo virtudes e competências individuais para lidar com o todo...
A empresa que perceber e souber aproveitar-se destas circunstâncias, oferecendo aos seus colaboradores a oportunidade de auto-desenvolvimento, fará a grande diferença no mercado, assim como o profissional empenhado em desenvolver seu potencial pessoal, pois tecnologia e conhecimento estão à disposição de todos. O que realmente faz a diferença é a atitude das pessoas diante das diversas situações do dia-a-dia, a qualificação pessoal.
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5 comentários:
QUERIDA BIA
OBRIGADA POR PARTILHAR ESTA REFEXÃO PROFUNDA, SINCERA E VERDADEIRAMENTE NECESSÁRIA.
BJS
ROSA
levei um susto qdo comecei a ler teu artigo "Feminilidade x Sensualidade e Terapia". sinceramente, Bia, com toda a franqueza que me é peculiar, fiquei profundamente incomodada já no 1º parágrafo, pois fizesses referência a uma situação que eu citei em um dos teus cursos, seguido de uma afirmação que nada tem a ver com o que eu disse, mas ficou parecendo que eu disse. o que me fez tomar grande parte do artigo como pessoal.
em 1º lugar... penso que não fosses ética expondo publicamente um caso citado (na verdade, apenas uma fração do caso, sem maiores detalhes) por outro terapeuta entre quatro paredes, num curso sob a tua responsabilidade, durante comentários do grupo, em sua maioria também terapeutas. durante a abordagem de conteúdos, é natural que os participantes citem situações que envolvam a eles e a outros. no que me diz respeito, colocações desta natureza são tratadas com o mesmo cuidado das de âmbito terapêutico.
em 2º lugar... se não emitisses nenhum parecer no momento, penso ser inadequado fazê-lo num artigo aberto, tecendo considerações sem antes esclarecer o que naquele momento, em tuas próprias palavras, "não fazia muito sentido para ti". se tivesses questionado a abordagem naquele momento, provável passasse a fazer sentido.
em 3º lugar, para deixar bem claro... em nenhum momento fiz a igualdade: feminilidade = sensualidade. não me recordo se algum dos participantes o fez. para mim, gestos delicados são traços femininos e a pessoa (paciente), no momento em que se movia "delicadamente" (era a isso que me referia: delicadeza), afirmava "não sou nada feminina" – este foi o motivo do exemplo: contradição entre a afirmação e a atitude, o que certamente tinha a ver com o conteúdo do curso naquele momento. onde viste o sensual, eu vi o delicado. portanto, a pergunta que consta no teu artigo "Desde quando feminilidade significa apenas ser sensual?", embora perfeita, não se aplica ao meu exemplo. ou eu não soube me expressar ou não ouvisses o que eu disse ou entendesses o que querias entender. enfim, tuas conclusões nada tem a ver com o que eu dizia ou quis dizer.
em 4º lugar... quando citei o episódio, por razões óbvias não me estendi no caso. por isso, as colocações do terceiro parágrafo – "O que teria por traz desta queixa de não ser feminina? Qual o significado da expressão "ser feminina" para aquela mulher?" – embora pertinentes, dão a idéia equivocada de que isso não foi levado em conta, não foi "tratado" no contexto terapêutico. ou, no mínimo, que duvidasses que tenha sido.
em 5º lugar... se fosse levar em conta somente esta tua atitude, infeliz do meu ponto de vista, pensaria que todos nós que participamos dos teus cursos deveríamos "policiar" nossos comentários. imagina se te acostumas a "não emitir nenhum parecer sobre as colocações, apenas observar e ouvir o desenrolar dos comentários" e depois aproveitar o assunto para escrever no teu blog as conclusões que chegasses após "refletir no dia seguinte" sobre o que "não fez muito sentido pra ti no momento".
imagino que qualquer um dos participantes, ao ler o teu artigo tanto tempo depois do ocorrido, poderia ser induzido a pensar que o que eu disse foi o que tu afirmas no artigo. e NÃO FOI. não tenho certeza do módulo no qual fiz essa colocação, pois se tivesse iria enviar este "esclarecimento" a todos os participantes daquele módulo. uma vez que fosses tão contundente na afirmação e na crítica ao que "entendesses que eu tenha dito", penso que seria justo que as pessoas tivessem a oportunidade de pensar e talvez relembrar o quê e como foi dito naquele dia e pudessem, então, tirar suas próprias conclusões. autêntica libriana e com um 7 proeminente no mapa numerológico, tenho verdadeira ojeriza a injustiças e inverdades e me é extremamente difícil aceitar que atribuam a mim palavras q não proferi ou atitudes que não tive.
ouso sugerir que reveja teus preconceitos e crenças novamente, talvez refletindo sobre o que te fez mal interpretar minhas colocações e o porquê do episódio te marcar tanto a ponto de usá-lo em um artigo falando sobre ética, responsabilidade e capacidade de um terapeuta. artigo que publicas "só hoje" (mais de um ano depois) e "após revisão".
para concluir, achei teu artigo EXCELENTE e concordo com tuas observações, salvo a referência a minha colocação – distorcida, portanto inadequada. assim sendo, não posso publicá-lo no 3º Milênio. se, por ventura, entenderes o meu ponto de vista e quiseres reescrever o artigo sem a tal referência, terei prazer em publicá-lo pois, reafirmo, achei ótimo e concordo plenamente com o teu ponto de vista.
Lú
em tempo: meu exercício/desafio para 2010 é "abrir o coração", portanto não tenho deixado passar absolutamente nada que me incomode, procurando esclarecer tudo no momento em que se apresenta.
Querida Lú!
Em nenhum momento tive a intenção de incomodar quem quer que seja, apenas escrevi sobre um fato aproveitando um “gancho” da mesma forma que tu citastes o caso de uma paciente sem citar o nome. É natural escrever sobre algo, e generalizei, sem citar nome, local ou qualquer outra referencia que pudesse identificar alguém, portanto não há nada de pessoal ou antiético no artigo.
O referido curso do qual eu era a responsável, como dissestes, era um curso aberto, não uma sessão de terapia, mesmo assim, repito, não fiz nenhuma referência que identificasse. Portanto, quem tornou o fato público foste tu, através deste comentário.
Quanto ao resto, é a tua opinião e és livre para publicar ou deixar de publicar no 3º Milênio o que bem entenderes.
A publicação deste comentário, a mim não choca nem toca, continuas sendo a mesma Lú que sempre considerei.
Ana Beatriz adorei o seu texto. Parabéns pelo trabalho!! Sucesso
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