Psic. Ana Beatriz Medeiros Brito
Nossas crenças influenciam profundamente nosso comportamento, elas são uma parte importante de nossa personalidade e a base das nossas realizações pessoais; é difícil aprender ou fazer alguma coisa sem acreditar que ela será importante, prazeirosa e útil.
Crenças são filtros inconscientes de nossa realidade, são princípios orientadores, mapas internos que usamos para dar sentido ao mundo; o que acreditamos forma nossa realidade. As crenças são expressas em termos muito simples como: “Se eu fizer... acontece...“, “Eu posso...”, “Eu não posso...”, o que se traduz em: “Eu devo...”, “Eu tenho que...”, “Eu não tenho que...”.
As crenças nascem de muitas fontes: de nossa educação, de exemplos de pessoas importantes, de traumas passados e de experiências repetidas. Criamos crenças através da generalização de nossa experiência do mundo e de outras pessoas. Algumas crenças vêm da cultura e do ambiente em que nascemos e vivemos. As expectativas das pessoas que são importantes para nós criam crenças, por isso, precisamos tomar cuidado com as nossas crenças em relação aos outros, como agimos, o que dizemos, principalmente para as crianças, isso gera crenças nelas. Ex: Se repetirmos para uma criança, adolescente ou até um adulto: “Você está sempre atrasado...”, “Você nunca consegue... “, “Coitadinho... ele tem dificuldade de...”, “Você é inteligente, tenho certeza que se sairá bem.”, ela pode acreditar e se tornar isso.
“Em uma pesquisa, uma turma de crianças de idêntico QI foi dividida em dois grupos. Os professores foram avisados de que um dos grupos tinha um QI mais alto e que, portanto, devia se sair melhor do que o outro. Embora a única diferença entre os dois grupos fosse a expectativa dos professores (uma crença), o grupo supostamente dotado de QI mais alto obteve melhores resultados em testes posteriores.” (Joseph O’Connor e John Seymour)
Então, de acordo com as experiências de cada pessoa, ela vai ter crenças que a limitam e crenças que a impulsionam para atingir seus objetivos.
Quando acreditamos em alguma coisa, agimos como se isso fosse verdade e é difícil provar o contrário porque as crenças atuam como filtros perceptivos muito fortes. Os acontecimentos passam a ser interpretados com base nessa crença, e as exceções só servem para confirmar a regra. Ex: Se uma mulher acredita que quando tropeça numa pedra é porque tem alguém querendo roubar seu namorado, quando isso acontece ela fica furiosa e já começa a procurar em suas relações a “desgraçada” que seria capaz disso. E faz tudo (processo inconsciente), para que isso se realize e dê suporte à sua crença.
Nosso comportamento mantém e reforça a regra. A crença não é só um mapa do que aconteceu, mas também um esboço para futuras ações.
Crenças positivas funcionam como uma autorização para colocar em prática nossas capacidades. As crenças criam resultados. Há um provérbio que diz: “Quer você acredite que pode ou não pode fazer algo... você está certo.”
Geralmente as crenças limitadoras envolvem a frase: “Eu não posso...” Se acreditamos que a frase “não posso...” descreve nossa capacidade presente e futura - em vez de ser apenas a descrição do nosso comportamento atual - estaremos programando nosso cérebro para fracassar, o que nos impede de descobrir nossas verdadeiras capacidades.
Os sistemas de crença são a grande moldura de qualquer trabalho de mudança, por isso às vezes torna-se tão difícil mudar um comportamento, uma reação ou atingir um objetivo, não acreditamos que é possível. E a simples mudança de crenças sempre faz com que o comportamento se modifique.
De todas as crenças que você formou, a maioria é boa, talvez 90% e você seria um tolo se as mudasse, como por exemplo: “As pessoas não devem mentir, colar e roubar.” “As pessoas devem se amar.” “Trabalho e lazer são benéficos.” “É fácil ganhar dinheiro, basta se dispor a isso.”
Mas muitas pessoas têm algumas crenças que acabam com suas chances de serem felizes, pois, com freqüência, as causas de insucessos encontram-se em crenças negativas, como por exemplo, quando acreditam que os outros são os responsáveis por seus resultados, como: “Se meu marido conversasse mais...” “Se ao menos meus filhos cooperassem...” “Se minha mulher fosse mais afetiva...”, ou crenças do tipo: ”Dinheiro não traz felicidade.” “É muita areia para meu caminhãozinho.”, entre outras.
A melhor maneira de descobrir do que somos capazes é fingir que podemos fazer qualquer coisa. Aja “como se” você pudesse, o que não puder fazer, realmente, você não fará.
As crenças não nascem conosco, elas mudam e se desenvolvem. Então podemos escolher nossas crenças, deixando de lado as que nos limitam e criando outras que tornarão nossa vida mais prazeirosa e mais eficiente.
Para mudar uma crença é preciso:
1) Acreditar que é possível mudar.
2) Ser congruente com o objetivo desejado
3) Saber como proceder
Procedimentos para mudar uma crença:
1) Identificar o estado desejado - nosso objetivo, onde quer chegar.
2) Identificar as crenças que tem em relação à esse objetivo (identificar as que favorecem e as que limitam)
3) Identificar crenças substitutas mais úteis
4) Utilizar técnica para mudá-las.
Os criadores da programação Neurolinguística, desenvolveram diversas técnicas para que você possa, de maneira rápida e segura, identificar, criar e mudar as crenças que você desejar.
Fazendo a Diferença
Os tempos mudaram, os desafios que surgem hoje são diferentes dos enfrentados até então. Pressão por resultados positivos, exigência crescente de alto padrão de qualidade em atendimento, produtos e serviços, agilidade nas tomadas de decisão, expectativa de vida útil das pessoas aumentando, mudanças nas leis de aposentadoria e principalmente a velocidade da obsolescência da tecnologia e do conhecimento em todas as áreas, são alguns dos desafios encontrados nos dias atuais, entre outros...
A maneira mais eficaz de preparar-se para essa nova realidade é administrar as características pessoais, reavaliar conceitos e conscientizar-se de suas necessidades, desenvolvendo virtudes e competências individuais para lidar com o todo...
A empresa que perceber e souber aproveitar-se destas circunstâncias, oferecendo aos seus colaboradores a oportunidade de auto-desenvolvimento, fará a grande diferença no mercado, assim como o profissional empenhado em desenvolver seu potencial pessoal, pois tecnologia e conhecimento estão à disposição de todos. O que realmente faz a diferença é a atitude das pessoas diante das diversas situações do dia-a-dia, a qualificação pessoal.
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